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Não importa se andamos de bicicleta, moto, automóvel ou ônibus, todos, em algum momento, temos de andar a pé. Portanto, o pedestre deveria gozar de maior atenção.
Caminhar pela cidade, não importa qual, mas Santa Maria é exemplo vivo, é enfrentar um mundo hostil. As calçadas são estreitas, malcuidadas ou inexistentes.
A acessibilidade é pré-requisito para qualquer edificação, entretanto, até chegar a um prédio que possua condições de acessibilidade, é preciso enfrentar calçadas que não dispõem de rampas, com pisos irregulares, cheias de obstáculos, como objetos, lixo e tapumes. Buracos e degraus também estão presentes por toda a parte.
Caminhar, atividade saudável e prazerosa, não é recomendável nas calçadas da cidade. Só a necessidade é que faz com que alguém se aventure andar pelas calçadas.
Legalmente a responsabilidade pelas calçadas é do proprietário do imóvel, cabe ao poder público a fiscalização e, se necessário, aplicar multa aos recalcitrantes. Mas o fato é que o poder público, para isso, precisaria estar comprometido em resolver o problema e, antes disso, entender que é uma questão fundamental de segurança pública, no sentido de proteger o cidadão de acidentes. Entendendo e assumindo compromisso, teria que capacitar-se tecnicamente para fiscalizar e punir. Este comprometimento passa inexoravelmente por um compromisso político e moral, que exige que o município dê o exemplo, mantendo as calçadas dos prédios públicos de forma exemplar, assim como os espaços das praças públicas (incluso o Calçadão Salvador Isaia).
Cabe ao poder público, como de resto em qualquer obra, estabelecer as condições específicas para impor aos proprietários os modelos de calçadas a serem feitas.
Hoje, a responsabilidade é do privado, mas o poder público não consegue de fato garantir que seja de qualidade e que tenha manutenção de forma a atender ao interesse geral.
O pedestre tem dificuldades de andar nas calçadas e a dificuldade aumenta sensivelmente quando precisa atravessar uma rua. As faixas de segurança geralmente estão mal sinalizadas ou mal localizadas. A prioridade tem sido do automóvel. As sinaleiras são temporizadas dando exíguos segundos para o pedestre, sem contar que, em Santa Maria, são raras (se é que existentes) as sinaleiras que exibam os segundos que restam disponíveis para a travessia.
Ainda há os condutores dos veículos, que, ao volante, não consideram que ao descer dos veículos também são pedestres, como o são seus familiares. É comum ver motoristas prevalecerem-se dos direitos de quem anda a pé.
Longe de nos consolar, o fato de que o problema das calçadas não ser peculiaridade de Santa Maria, o enfrentamento da questão poderá ser um diferencial em favor de nossa cidade.